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Pode uma banda cujo encarte do disco estampa uma citação de Carlos Drummond de Andrade na primeira página ser acessível? Sem pestanejar, o Carolina Diz responde: claro que sim. Seguindo os passos do mestre Lou Reed, César Gilcevi (bateria e letras), Humberto Teixeira (vocal e guitarra), Fernando Prates (guitarra) e Dennis Martins (baixo) apostam numa estética rock'n'roll simples e reflexiva em "Crônicas do Amanhecer", segundo álbum do grupo. Recheado de ganchos pop e com algumas microfonias ocasionais, a força do trabalho está nas composições marcadas por letras sinuosas, de forte carga literária. O viver ordinário (em todos os sentidos da palavra) no ambiente urbano é a temática que rege as 14 canções do disco. Apostando no situacionismo ao lidar com epifanias anônimas (como as retratadas em "Mariana", "O Que Me Faz Cantar" e "A Balada de Mateus e Renata"), retratos catatônicos de dor ("A Mesma Cruz", "Letícia"), alienação ("Canção para Animais Modernos", "Chinelos no Corredor", "Esperando por Mim") e descrições do demi-monde belo-horizontino ("Hotel Esplendor", "BH Blues", "Em Qualquer Lugar"), as canções da banda constroem um retrato lírico de sua cidade-natal. O discurso, ao contrário do que possa parecer, não soa bairrista ou limitado em nenhum momento. Não é à toa todo o reconhecimento que a banda tem recebido na cena independente mineira. Para ouvir algumas das canções do grupo, acesse o Myspace da banda. |
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